Deuses Socialistas


"Uma lenda diz que depois de um grande dilúvio, apenas um homem e uma mulher se salvaram, esses Mama Oclo, e Manco Capac, foram arrastados em uma balsa de Totora até as margens do lago Titicaca, esses saíram em busca de um novo lugar para viver, chegando a região do altiplano Andino, dizem que Manco Capac enterrou seu bastão e denominou aquele local de Cuzco (umbigo do mundo), dai pra frente eles iniciaram o esplendido Império Inca".

Citemos, na continuação, a Mahieu:  “A lei do sangue constitui, igualmente, a base da ordem econômica”.   “Em cada região, a terra é dividida em três partes de proporções provavelmente variáveis, as quais desconhecemos. Uma se atribui ao Sol – isto é, à Igreja; outra, ao Inka – ou seja, o Estado; a terceira – ao ayllu, que a reparte cada ano entre as famílias, proporcionalmente ao número de seus membros. Os camponeses lavram, em primeiro lugar, as terras do Sol e, logo, as que correspondem aos anciãos, às viúvas, aos enfermos e aos soldados em campanha. Depois, ocupam-se das que lhes tocam, mas a ajuda mútua é lei e, de feito, a lavoura, a semeadura e a colheita  fazem-se em comum. Por fim, cultivam as do Inka. A família dispõe livremente do produto de seu lote, e os mercados permitem certa troca. As colheitas efetuadas nas terras do Sol e do Inka servem para assegurar a subsistência do clero, da corte e dos seus funcionários. Mas o essencial delas se armazena em depósitos que se encontram em todas as aldeias e os tampu, destinados a cobrir as necessidades imprevistas da população, pois a nenhum habitante do Império pode faltar o imprescindível, assim como aos estrangeiros e viajantes, abrigados gratuitamente nos corpahuasi. 

Com suas partes, a Igreja e o Estado mantém, além disso, seus inúmeros serventes e os artesãos encarregados da construção dos templos e palácios, das obras públicas e do trabalho dos metais. As mulheres indígenas fiam e tecem, durante todo o ano, a lã e o algodão, que lhes subministram seus ayllu respectivos. Mas também recebem matéria prima que provém dos rebanhos do Sol e do Inka, para transformá-la em artigos de vestimenta, trabalho ao qual dedicam somente dois meses por ano.”  “Dois meses, igualmente, consagram os artesãos da aldeia à fabricação de objetos de metal ou alfaiataria destinados à Igreja ou ao Estado, e os jovens, a quem lhes toca, ao trabalho das minas. O ouro e a prata não têm nenhum valor mercantil, pela simples razão de que não existe no Império nem mesmo o menor comércio. Esses metais preciosos, aos quais convém agregar a platina, então desconhecida na Europa, somente servem para a decoração de templos e palácios, como também, segundo normas hierárquicas estritamente codificadas, para o adorno pessoal. 

O “Serviço de Trabalho” das mulheres, dos artesãos locais e dos mineiros não implicam, portanto, em exploração econômica alguma; é um imposto pago como mão de obra pelos ayllu e compensado pelas distribuições de víveres, roupa e objetos de uso corrente, que fazem a Igreja e o Estado aos trabalhadores e aos necessitados. Com razão, assim, pode-se falar de socialismo, com ideia de dar a essa palavra seu sentido próprio, que exclui todo o estatismo; isto é, todo monopólio capitalista pela minoria dirigente. Os impostos, em efeito, somente servem para o mantimento dos funcionários e a prestação dos serviços públicos. Contudo, esses, ainda independentemente do culto e da guerra, são consideráveis.”  “A assistência social é o mais importante. As obras públicas, incluindo os canais de rega, vêm em segundo lugar. O ensino absorve grande parte apreciável do pressuposto. Todos os filhos de incas e curacas vão à escola; em um primeiro momento, somente na capital, a partir de Inca Roca, e logo em todas as províncias, por ordem de Pachacutec. 

Aos alunos é ensinada a mitologia, a astronomia, as ciências naturais, a leitura dos quipos e, dessa forma, a moral e a arte da guerra. Os professores são amautas, membros do corpo de “filósofos e sábios” que o Estado mantém. Temos muita pouca informação a respeito de seus conhecimentos, pela simples razão de que os espanhóis eram incapazes de expô-los, por uma falta de cultura suficiente. A medicina incaica, por exemplo, era muito superior à que se praticava na Europa durante a Idade Média, sabemos disso porque se encontraram, em esqueletos, rastros de trepanações efetuadas com êxito, sem falar dos instrumentos cirúrgicos de bronze, que chegaram até nós. Algumas poesias se salvaram, assim como um drama, que demonstram um nível literário alto. Os poucos observatórios solares que os frades espanhóis não destruíram constituem provas de uma constante investigação no campo da astronomia.”  

Essa extraordinária ordem social e econômica está nos demonstrando a falácia absoluta dos sistemas democráticos modernos, aplicados indiscriminadamente – fanaticamente, como deveríamos dizer – a todos as raças e povos da terra e criando – eles sim –, o mais aberrante sistema econômico de castas, com a maior injustiça, e com as riquezas concentradas em algumas poucas mãos, quer seja no capitalismo, no livre comércio, no sistema social de mercado, ou no totalitarismo marxista. Nada disso é panaceia para os povos de cor, que hoje em dia vivem na mais degradante miséria. Que diferença com o regime incaico, com o Sistema Nacional-Socialista, também com o da antiga Índia ariana!  






Não permita que a chama se apague. 





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