Verdades e Ficção - O Símbolo Perdido De Dan Brown


No romance de Dan Brown, O símbolo perdido, as aventuras do professor Robert Langdon são ambientadas em Washington D.C. Toda a trama se desenvolve em apenas doze horas, em que Langdon é obrigado a decifrar um mistério milenar para salvar a vida de seu amigo, Peter Solomon. 

A emaranhada trama envolve a CIA, os maçons, uma conspiração e o departamento de estudos noéticos - dedicado a entender e controlar os poderes da mente ainda desconhecidos da ciência - e se desenrola em torno de pontos e referências históricas de Washington D.C. 

Muitos dos mistérios, símbolos e descrições são reais, mas o autor também se vale da imaginação para compor sua história. É possível separar a fantasia da realidade? A cidade teria realmente uma origem mística, ligada à maçonaria? 

O livro O símbolo perdido apresenta várias questões sobre a maçonaria, seus membros e sua influência sobre a construção da capital norte-americana e sobre o mundo em geral. A trama tecida por Dan Brown entusiasma os amantes das teorias conspiratórias. Mas como separar a realidade da ficção? Para nos esclarecer sobre este assunto, fizemos uma entrevista com o presidente de uma das lojas maçônicas mais ilustres e bem-sucedidas da Flórida, a Hibiscus #275 Maçons Livres e Aceitos. Todos os governantes de lojas maçônicas possuem um título que distingue sua função e suas responsabilidades dentro da própria organização. Neste caso, a autoridade entrevistada é o "Venerável Mestre", Alfred Smith de Castroverde. 


Pergunta: É verdade que podemos encontrar símbolos maçônicos em toda parte?

Resposta: Sim, eles realmente existem, mas não se deve exagerar. Alguns maçons deixaram símbolos e edifícios a longo da História para que as futuras gerações de adeptos pudessem entender como e por que algo foi feito. No entanto, é importante compreender que o ser humano, por sua própria natureza, tem uma tendência a buscar padrões e repetições. Um exemplo claro são as nuvens. Uma mesma nuvem pode ser vista e percebida de diferentes formas por várias pessoas. Para uns, a nuvem parece um urso de pelúcia, para outros, um unicórnio. A verdade é que ela não é nem um urso, nem um unicórnio, mas simplesmente uma nuvem. É importante ser sensato, estudar e investigar o que se vê, em vez de supor as coisas e depois manifestá-las como fatos. 


Pergunta: É verdade que os maçons são descendentes dos cavaleiros templários?

Resposta: A resposta curta é NÃO. Há muitas hipóteses e estudos que sugerem as origens da maçonaria. Dependendo do ponto de vista, a maçonaria pode remontar aos tempos dos antigos egípcios. A realidade histórica da fraternidade maçônica como ela é conhecida hoje em dia data de 1723. Foi quando foram criadas as Constituições Maçônicas de Anderson e as lojas maçônicas existentes na Europa, que aglutinaram seu poder em um só corpo, chamado A Grande Loja Unida da Grã-Bretanha (The United Grand Lodge of England). Mas nesta época, todos os templários medievais já estava mortos há vários séculos. 


Pergunta: Os maçons são ricos porque possuem o tesouro dos cavaleiros templários?

Resposta: Definitivamente, não. Se soubéssemos onde está o tesouro dos cavaleiros templários, seria nosso dever social entregá-lo em mãos para as instituições apropriadas. Neste caso, seriam os museus de diversas partes da Europa, já que tal tesouro constituiria parte de seu patrimônio nacional. Acima de tudo, uma das maiores preocupações da nossa fraternidade é conservar e defender a sociedade e os países onde vivemos. Roubar o patrimônio histórico de uma nação não é uma boa forma de se conseguir isso. Além disso, nossa sociedade é tão variada como qualquer outra. Como tem milhões de membros, é normal que alguns deles sejam influentes e endinheirados, assim como muitos outros não são.

A francomaçonaria, mais conhecida como maçonaria, é uma das sociedades secretas mais antigas do mundo. Seus rituais são envoltos em mistérios e cerimônias que, para muitos, podem parecer estranhos e até aterradores.

Ao longo da História, muitos líderes e figuras públicas aceitaram abertamente integrar a fraternidade dos maçons, abrindo brechas para que os amantes de teorias conspiratórias especulassem sobre a origem e influências desta sociedade secreta.

Apesar de muitos membros da organização terem sido pessoas influentes, os maçons não atribuem estes poderes à maçonaria ou a seus rituais. Eles acreditam que homens de integridade e grandes valores morais são mais aptos a inspirar a confiança das pessoas.

Pouco se sabe sobre a história da francomaçonaria através dos tempos. Especula-se que o grande segredo que os maçons ocultam é a verdadeira origem de seus rituais e da própria fraternidade, mas esta informação nunca foi totalmente confirmada. Sabemos apenas que são homens realmente influentes, dedicados à realização de numerosas obras de caridade sob as mais diversas formas. 

Seus adeptos asseguram que ser maçom é um estilo de vida que precisa ser observado a cada a dia. Entre os maçons latino-americanos mais influentes, estão Miguel Hidalgo, Benito Juárez, Simón Bolívar, Dom Pedro II e o escritor argentino Jorge Luís Borges, entre muitos outros. 

"Somos uma sociedade discreta, e não secreta", afirma o Venerável Mestre da Loja Hibiscus Lodge #275, uma das mais influentes e bem-sucedidas do estado norte-americano da Flórida.

Em O símbolo perdido, o autor menciona vários locais da cidade de Washington D.C., que supostamente abrigam símbolos e senhas escondidas pelos maçons e fundadores dos EUA.